FLUXBOX – Gerenciador de Janelas
O Fluxbox é (que existe variante Ubuntu chamada Fluxbuntu) um gerenciador de janelas levíssimo, elegante, simples e pode ser personalizado diretamente por edição dos arquivos de configuração. Ele é meio que “primo” do Blackbox, pois teve grande parte de seu código derivado dele.
Alguns motivos que me convenceram a utilizar o Fluxbox: ótimo desempenho em máquinas com poucos recursos, simplicidade, beleza e funcionalidade.
Vamos instalar o fluxbox através do gerenciador de pacotes, no meu caso, o apt:
# apt-get install fluxbox
Feito isso, basta abrir uma sessão do fluxbox através do seu gerenciador de login (gdm, kdm, xdm, ou outro…) ou iniciar através do terminal com o comando:
$ startfluxbox
Sendo que para iniciar pelo startx, basta fazer assim:
$ echo "exec startfluxbox" > ~/.xinitrc
E depois de iniciado, tenho certeza que você que é acostumado com o Gnome ou KDE vai estranhar esse gerenciador minimalista em execução. Mesmo assim, vamos às configurações, e por partes.
Ao iniciar o fluxbox criará no seu home o diretório ~/.fluxbox que contém os arquivos de configuração.
Vamos ao que interessa (e que às vezes estressa) que é configurar:
MENU
Copie o arquivo gerado automaticamente sobre o seu arquivo:
$ cp /etc/X11/fluxbox/fluxbox-menu ~/.fluxbox/menu
Agora você pode me perguntar o porquê, mas a resposta é simples, o conteúdo do arquivo padrão é:
[begin] (fluxbox)
[include] (/etc/X11/fluxbox/fluxbox-menu)
[end]
Ou seja, o menu que é chamado ao clicar com o botão direito na área de trabalho nada mais é que uma inclusão do arquivo gerado automaticamente (e que o usuário não tem permissão de acesso para alteração por padrão), e copiando ele sobre o seu arquivo, você vai ficar livre pra meter a mão na massa e deixar ele do jeito que achar melhor.
E agora é só editar o arquivo à vontade.
$ nano ~/.fluxbox/menu
Vou dar algumas dicas. Eu acho o arquivo “bem intuitivo” (apesar de intimidar quem não é acostumado), bastando seguir as tags geralmente assim:
[submenu] (Meu submenu)
[exec] (Nome do comando) {comando}
[end]
E o que já faço logo de cara é colocar no menu o que acho essencial: um emulador de terminal (o Eterm fica show!) e o programa “fbrun” que executa aplicações gráficas sem ter a necessidade de abrir um terminal.
Uma tag que ajuda muito visualmente é a [separator] que deixa uma linha dentro do menu ou submenu.
Teste adicionando essas linhas logo abaixo das linhas comentadas:
[exec] (Terminal) {xterm}
[exec] (Executar…) {fbrun}
[separator]
Feito isso, já temos o xterm (emulador de terminal “feinho”) e o fbrun para nos sentirmos mais “acomodados” com o essencial à um clique de distância.
E já que o flubox é um gerenciador de janelas e não um ambiente gráfico, ele não tem um emulador de terminal padrão. Mas vou ser bem sincero, o Eterm fica perfeito com ele!
# apt-get install eterm
Aí é só alterar a linha que chama o xterm:
[exec] (Terminal) {xterm}
para
[exec] (Terminal) {Eterm -g 75×25+20+20 –scrollbar=off –buttonbar=off –title “Emulador de Terminal” -f green –trans –shade 50}
[exec] (Terminal sem bordas) {Eterm -g 75×25+20+20 –scrollbar=off –buttonbar=off –title “Emulador de Terminal” -f green –trans –shade 50 -x}
Onde a primeira linha executa o Eterm com tamanho 75×25 na posição 20+20, sem barra de rolagem, sem barra de botões, com o título “Emulador de Terminal” com letras na cor verde, transparente e sombreado em 50%. Para mais opções, consulte o manual do Eterm. E a segunda com o parâmetro -x que o força a não usar bordas do gerenciador de janelas.
Se quiser aumentar a fonte do Eterm, por exemplo:
“Ctrl+Clique direito > Font > Font 4”
E logo após:
“Ctrl+Clique direito > Save user settings”
Certo, já deixamos ele mais “funcional” através do que considero essencial para execução das aplicações: o menu, o terminal e o fbrun.
MELHORANDO A APARÊNCIA
MUDAR ESTILO
Agora vamos mudar a cara do fluxbox, porque por padrão, ele não é muito interessante…
Escolha um novo estilo através do:
“Menu > Styles”
E selecione um estilo diferente. Ah! Ia esquecendo de falar que você pode encontrar muitos estilos personalizados pela internet, principalmente em http://costumize.org/fluxbox. É só baixar e descompactar na ~/.fluxbox/styles (alguns também precisam de arquivos na ~/.fluxbox/background) ou se quiser, faça o seu mesmo!
COLOCAR PAPEL DE PAREDE
Para setar o wallpaper é bem simples, por exemplo:
$ fbsetbg wallpaper_desejado.jpg
Já cansei de ver em fórum por aí em que o camarada configura o papel de parede e quando reinicia a sessão, o papel de parede não está mais onde deveria estar. Vou dar a solução: basta alterar o arquivo ~/.fluxbox/init e procurar pela linha abaixo:
session.screen0.rootCommand:
Alterando para:
session.screen0.rootCommand: fbsetgb -l
Onde “fbsetbg -l” é “ajuste o último papel de parede setado”.
E se quiser uma lista de papéis de parede no seu menu, edite-o adicionando isso:
[submenu] (Wallpapers) {}
[wallpapermenu] (/caminho/para/suas/imagens)
[end]
APLICAÇÕES INICIADAS AUTOMATICAMENTE AO INICIAR SESSÃO
Ah! Lembra do conky que citei em outro artigo? O que acha de deixá-lo iniciando automaticamente com o fluxbox? Basta adicionar o comando no arquivo ~/.fluxbox/startup. Veja parte do arquivo:
# Applications you want to run with fluxbox.
# MAKE SURE THAT APPS THAT KEEP RUNNING HAVE AN ”&” AT THE END.
#
# unclutter -idle 2 &
# wmnd &
# wmsmixer -w &
# idesk &
Adicione logo abaixo das linhas comentadas o comando:
conky &
Não esqueça do “&” para executá-lo em segundo plano.
DICA: TEMA GTK
Você pode adicionar também o xfce-setting-show (para instalar procure pelo pacote xfce4-mcs-manager), o gerenciador de temas gtk do xfce iniciar automaticamente (você já leu como fazer isso) para melhorar a aparência das aplicações em gtk:
xfce-mcs-manager &
E para alterar o tema gtk, digite no Eterm:
$ xfce-setting-show ui
JANELAS SOMBREADAS
Instale o xcompmgr e coloque-o para iniciar automaticamente (insisto em dizer que você já leu como fazer isso só pra garantir 😛 ):
xcompmgr -c -l 10 &
PROTEÇÃO DE TELA
Já tem o xscreensaver? Eu acho ele bem mais estiloso que o xlock. Portanto, não perca tempo e instale-o e coloque-o para iniciar automaticamente (:P):
xscreensaver -no-splash &
E configure ele através do comando:
$ xscreensaver-demo
TECLAS DE ATALHO
Para mim não existe algo melhor do que tarefas rotineiras sendo executadas por atalhos de teclado ao invés de cliques de mouse. E pra quem sentiu falta desse recurso e já estava reclamando ao pensar que o fluxbox ia te deixar à ver navios, vou explicar da forma mais simples como fazer isso.
Por padrão (Aqui no meu Debian Lenny), o fluxbox deixa o arquivo ~/.fluxbox/keys com o seguinte conteúdo:
OnDesktop Mouse1 :HideMenus
OnDesktop Mouse2 :WorkspaceMenu
OnDesktop Mouse3 :RootMenu
OnDesktop Mouse4 :NextWorkspace
OnDesktop Mouse5 :PrevWorkspace
Mod1 Tab :NextWindow
Mod1 Shift Tab :PrevWindow
Mod1 F1 :Workspace 1
Mod1 F2 :Workspace 2
Mod1 F3 :Workspace 3
Mod1 F4 :Workspace 4
Mod1 F5 :Workspace 5
Mod1 F6 :Workspace 6
Mod1 F7 :Workspace 7
Mod1 F8 :Workspace 8
Mod1 F9 :Workspace 9
Mod1 F10 :Workspace 10
Mod1 F11 :Workspace 11
Mod1 F12 :Workspace 12
Eu não modifico as linhas que tem “OnDesktop” porque são as ações do mouse ao clicar na área de trabalho (Já está bom para o meu gosto, fique à vontade para deixar do seu).
Note que o arquivo é meio que “intuitivo” (tá bom, eu sei…sei que isso intimida quem não é acostumado) e segue geralmente o padrão:
Tecla :Ação
Então vamos lá! Vou explicar o primeiro atalho:
Mod1 Tab :NextWindow
Onde Mod1 é Alt, ou seja, Alt+Tab Próxima Janela.
Como é de costume utilizar geralmente Ctrl + Fx (onde x é o número da área de trabalho virtual) em outros gerenciadores de janelas, veja o exemplo:
OnDesktop Mouse1 :HideMenus
OnDesktop Mouse2 :WorkspaceMenu
OnDesktop Mouse3 :RootMenu
OnDesktop Mouse4 :NextWorkspace
OnDesktop Mouse5 :PrevWorkspace
Mod1 Tab :NextWindow
Mod1 Shift Tab :PrevWindow
Control F1 :Workspace 1
Control F2 :Workspace 2
Control F3 :Workspace 3
Control F4 :Workspace 4
Mod1 F4 :Close
Mod4 r :Exec fbrun
Mod4 Up :ExecCommand aumix -v +5
Mod4 Down :ExecCommand aumix -v -5
Control Mod1 Escape :ExecCommand xkill
Não esqueça do aumix instalado para “aumentar e abaixar o volume” através do atalho: “Super + Cima” e “Super + Baixo”.
Super é geralmente aquela tecla com aquele logotipo maldito. E é referenciada no arquivo por Mod4. Eu utilizo muito ela para atalhos, já que é uma tecla que geralmente não serve pra nada
Ah! E Lembre-se de que quando o xfce-mcs-manager estiver em execução, passa a valer os atalhos definidos do xfce.
Para definir pelo xfce-mcs-manager:
$ xfce-setting-show keyboard
Confira abaixo a transformação:
Antes
Depois
Espero que gostem do fluxbox!
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